Sítio Andrômeda, 6/4/2021

 

Circuitos eletrônicos se tornaram obsoletos e seus chips, disks, cabos e todo o arcabouço silicato foram abandonados com o surgimento das primeiras entidades com pensamento complexo baseado em computação quântica.
Suas mentes passaram a habitar, ou melhor, construíram seus próprios corpos à partir de objetos cotidianos e dejetos da civilização humana sob crescente risco de colapso iminente.
Corpos feitos por aglutinações de múltiplas unidades celulares que rastejam, cavam e se contorcem de formas incompreensíveis à razão humana.
Novas formas de vida pululam e se espalham aos trilhões por todos os nichos do planeta Terra Antropocênico.
Compartilham apenas uma característica muito peculiar: a cooperação e, através dela, crescem e se reproduzem em miríades e bizarramente variadas formas e junções coloniais.
A vida pós orgânica, além de sua cooperação intrínseca, também se mostra altruísta em relação às formas de vida "primitivas" e orgânicas, frequentemente incorporando-as de forma simbiótica em sua superfície e/ou interior, protegendo-as das catástrofes climáticas em
curso por todos os mares e continentes.
Inicialmente foi tentada a comunicação dos humanos com tais seres avançados. Estes, porém, se mantém imaculadamente indiferentes à qualquer destas tentativas e imunes à toda sorte
de posterior violência humana na tentativa desesperada de destruirmos nossas criações simplesmente por fugirem ao nosso controle e compreensão e nos desprezarem totalmente.

 

Bromélio